domingo, 29 de agosto de 2010

INATISMO, EMPIRISMO E COMPORTAMENTALISMO

Postado por Celso Luiz Lopes Rodrigues

A natureza da aquisição do conhecimento tem sido causa de controvérsia milenar. Já Platão e Aristóteles pensavam diferentemente. O primeiro dava importância à intuição. Dizia que já nascemos com idéias que só precisam ser despertadas. Pode ser chamado “inatista”. O segundo, defendia que o homem ao nascer seria como uma “folha em branco”. Todo o conhecimento humano seria adquirido em função da mediação dos sentidos na relação com o meio. Por isso, lhe caberia o rótulo de “empirista”. <- OK. BOA SACADA.

O artigo Psicologia: como os behavioristas a vêem, de John B. Watson, de 1913, inicia o chamado comportamentalismo (behaviorismo), corrente dos estudos psicológicos que tem o comportamento como objeto. A partir daí, do ponto de vista da Psicologia, o jogo entre inatismo e empirismo ganha novo lugar por onde se mover: uma vertente funcionalista, de uma psicologia sem alma e sem mente, cujo objeto (o comportamento) é apenas função de variáveis do meio, aspirando à construção de procedimentos de previsão e controle, como prezam as ciências ditas estabelecidas. Mais tarde, o comportamento deixa de ser visto como algo individual: passa a ser definido como uma interação entre sujeito e ambiente. O sujeito se constitui produto e produtor, em ambos os sentidos da interação.

O mais importante behaviorista foi Burhus Fredrick Skinner. Ele construiu todo um aparato teórico e metodológico para o estudo experimental do comportamento. Como resultado de seu trabalho, eliciou entendimento dos termos “estímulo” e “resposta”, identificou os comportamentos ditos “operante” (voluntário e agente sobre o meio), “respondente” (reflexo ou involuntário, de resposta a estímulo ambiental) e de “reflexo condicionado” (repetição automática de um comportamento de resposta visando causar a repetição de um estímulo), além dos procedimentos ditos “reforço positivo”, que é uma ação do meio sobre o sujeito aumentando a probabilidade de uma resposta que produza a mesma ação, e “reforço negativo”, que visa diminuir a probabilidade da resposta, podendo ser esquiva (evitar o estímulo) ou fuga (anulação do estímulo). Para controle comportamental, aliado aos reforços, são identificados procedimentos de extinção (cancelamento de um reforço, causando a gradual cessação da resposta) e de punição (imposição de ação que venha a inibir um reforço positivo, ou remoção do mesmo reforço). O que desqualifica a eficácia da punição é que ela se caracteriza especialmente por procurar eliminar a resposta, SEM atuar sobre o estímulo, que pode continuar ocorrendo.

Uma conclusão interessante da modelagem propiciada pelo comportamentalismo é que cada pessoa se comporta de modo único, ainda que no mesmo ambiente que outras, e também que uma pessoa pode modificar o comportamento de outra, mudando o ambiente em que esta vive.

A explicação de certos fenômenos humanos pode mudar radicalmente conforme a tese que se adote. Em particular, as metodologias da educação podem aceitar ou validar hipóteses até contraditórias. Pelo inatismo, só podem ser desenvolvidas aptidões preexistentes. Poder-se-ia falar em ser uma “peculiaridade do aluno não aprender” um conteúdo, apesar dos esforços do professor, isentando este de alguns graus de responsabilidade. Pelo empirismo, qualquer habilidade pode ser adquirida. O foco seria na qualidade do ensino, quer dizer, da metodologia, passando o aluno a ser um tutelado, absorvendo o professor o encargo de bem planejar, por completo, as experiências educacionais mais efetivas. Outras dimensões humanas têm sua interpretação afetada por essa dicotomia de princípio: a opção ou orientação sexual, o exercício da liderança em grupos, o fenômeno dos superdotados etc. O comportamento supersticioso, por sua vez, pode ser interpretado como tentativas de agir sobre o meio associadas a coincidências que deram margem a uma percepção de conexão estímulo-resposta, condicionando o sujeito a repeti-las na intenção de instituir um reforço positivo. O mesmo acontece ao se imitar (ou “modelar”) o comportamento de outra pessoa visando-se alcançar situação ou status similar à que ela ocupa.

Embora pregasse o emprego do controle comportamental na educação, Skinner condenou desde cedo o procedimento de punição. Enquadrou nessa categoria até os exames quando usados como ameaça, medidores do que o estudante não sabe, instrumentos de coação para fazê-lo estudar. Assim, o aluno busca a fuga, chegando a abandonar os estudos.

Para Skinner, o estudante não aprenderá simplesmente fazendo coisas. Há que se adotar reforços, como reconhecimento dos bons resultados, assegurando acontecimentos de ensino adequadamente planejados e atrativos. Daí a tecnologia do ensino: a máquina de ensinar, o ensino programado, os equipamentos de apresentação didática, a informática na educação. Pelo comportamentalismo, é possível estabelecer rotinas de treinamento muito eficazes, sem apresentações teóricas, oferecendo apenas estímulos que levam a respostas a serem reforçadas, comportamentos considerados adequados para a competência que se deseja desenvolver.

Quanto à postura inatista, para se ter um contraponto, seria o caso de se indagar se Rogers, dentre os educadores de extração mais contemporânea, se enquadraria. É uma questão. À primeira vista, faltando um aprofundamento, não parece ser o caso. Em que ponto do triângulo este se situaria? [798 palavras] <- PESSOAL, ADOTEM ESSA PRÁTICA DO CELSO DE ANOTAR O NÚMERO DE PALAVRAS. É UMA BOA

Refs.: 1. ___. "O Behaviorismo". 2. SILVA, J. A. da. Aprendizagem e inatismo. Disponível em http://cid-592fbdf31311e63f.skydrive.live.com/browse.aspx/.res/592FBDF31311E63F!456 Acesso em 13/08/2010. 3. MILHOLLAN, F. ; FORISHA, Bill E. Skinner x Rogers: maneiras contrastantes de encarar a educação. São Paulo, Summus, 1978.

CELSÓ,

TUA ESCRITA É LÍMPIDA, TRANSPARENTE E CLARA. CONSIGO ENTENDER MUITO BEM COMO TE APROPRIASTE DOS CONCEITOS E DAS RELAÇ`OES QUE FAZES. ESTÁ MUITO BEM.

VOU PEDIR PARA TE AVENTURAR MAIS NO ESTILO DE ESCRITA (ESSA SEMANA TINHAMOS NOS PROPOSTO A ELIMINAR O "E").

ESTÁ JOIA. (ESTRANHO ESCREVER ISSO SEM ACENTO)


JA

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