quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Uma construção do Pensamento... - JÁ CORRIGIDO!

O texto intitulado Jean Piaget: o desenvolvimento da inteligência e a construção do pensamento racional nos ajuda a elucidar como este teórico tratava e questionava-se sobre o processo de formação da inteligência do individuo.

Fazendo uma busca de sua história o texto nos traz uma breve biografia de Piaget. Nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Desde cedo ele mostrou interesse e gosto pela Biologia e pela vida animal, fazendo disto sua formação inicial – Biólogo, passando ainda por áreas como a Filosofia. Cabe salientar ele ter, somente após obter o titulo de doutor, ido em busca de espaço para seu laboratório de psicologia, aonde poderia desenvolver suas experiências, necessárias para verificação de seu sistema.

De 1918 a 1921, Piaget passa a buscar a delimitação de um campo de pesquisa psicológica. Para isto, decide entender o motivo pelo qual as crianças encontravam tantas dificuldades para resolver certos problemas. Para conseguir entender essas crianças, adota uma um método de entrevista clínica. Mais tarde ela foi aperfeiçoada e passou a ser chamada de método clínico de entrevista da psicologia genética.

A partir deste momento, passam-se a se desenvolver as primeiras pesquisas sobre o pensamento infantil (1921-1925). Tendo outros períodos marcados em sua vida de pesquisador [As origens da inteligência e a revisão metodológica (1925-1935); A gênese das categorias básicas do pensamento (1935-1955); O centro de Epistemologia Genética (1955-1970); Os mecanismos do desenvolvimento e a síntese biológica (a partir de 1970)].

Após este breve relato histórico, chegamos ao momento onde se busca o Desenvolvimento Ontogenético – trata da natureza – do Pensamento Racional. O elemento pelo qual podemos garantir a continuidade entre as formas biológicas e as formas do pensamento é a ação. Podemos afirmar conhecer um objeto somente se atuarmos sobre ele (assimilação) e ele agir sobre nós (acomodação). Estas interações entre o ser e o objeto constituem as formas do pensamento. O sujeito acaba por conhecer estes objetos através da assimilação feita por ele a seus esquemas já existentes. Estes esquemas são a unidade básica do funcionamento cognitivo. Mas, ainda assim, são o elemento mais elementar do pensamento humano.

Podemos ainda comentar as duas formas de aprender através da aplicação de dois esquemas. Primeiro, a experiência física: é aquela onde o sujeito interage com o objeto, a fim de compreender suas propriedades físicas, ou seja, está assimilando-o. Segundo, a experiência lógico-matemática: o sujeito busca experimentar, com suas próprias ações, o objeto, buscando abstrair suas propriedades. Estas duas maneiras de buscar o desenvolvimento intelectual são diferentes, porém complementares.

Piaget, em suas pesquisas qualitativas, buscava separar os individuas em estádios de desenvolvimento. Estes estádios eram: (1) sensório-motor, permanecendo o indivíduo neste, desde o nascimento até os 18/24 meses, aproximadamente, atingindo o auge com a construção da primeira estrutura intelectual; (2) inteligência-representativa, compreendida entre os 2 e 10/11 anos de idade aproximadamente, culminando com a construção das estruturas operatórias concretas; (3) estádio operatório-formal, no qual se dá a construção das estruturas intelectuais próprias ao raciocínio hipotético-dedutivo, permanecendo até em torno dos 15/16 anos.

O sujeito consegue passar de estádio quando se identifique numa forma de organização mental incorporando a do nível anterior de desenvolvimento, superando-a. Deverá existir certo equilíbrio nos intercâmbios cognitivos do sujeito com o mundo em torno dele e, por último, deverá provar a existência de uma ordem constante de sucessão dos estádios de desenvolvimento.

Em cada estádio avançado o sujeito esta (re)fazendo seus esquemas, buscando um avanço do pensamento. Estas formas de organizar e originar esquemas não são interrompidos com as passagens de “níveis”, elas vão sendo elaboradas em toda vida do sujeito. Estas estruturas operatórias formais são o ponto de partida para as estruturas lógico-matemáticas da lógica e da matemática. Em síntese, o lógico e o matemático formam sistemas formais de suas próprias estruturas operatórias. Elas são o produto de uma construção do ser humano.

As assimilações e acomodações ocorridas no sujeito são uma desestabilização do sujeito no momento no qual ele interage com algum objeto. Quando o sujeito consegue acomodar esta nova informação, ele entrou no processo de equilibração. Estas equilibrações são o processo pelo qual as estruturas cognitivas se constituem e avançam.


Fabrício Monte Freitas

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