
De 1921 a 1925, interessa-se pelas dificuldades (de)no aprendizado infantil, como campo experimental adequado à Epistemologia. Desenvolve técnicas de entrevista clínica para investigar as razões dessas dificuldades. Começa escrevendo sobre o pensamento infantil, transitando da análise quantitativa para a qualitativa. De 1925 a 1935, embasa a psicologia genética, pela síntese das categorias básicas do pensamento e o processo de passagem da inteligência sensório-motora para a representativa ou conceitual. Identifica a relação dessa evolução com a ação sobre as coisas e o domínio da linguagem, (ATÉ AQUI BELEZA) ESSA PARTE EU ACHEI CONFUSA -> remarcando a anterioridade da lógica, ou uma lógica da ação, ou a ação como fonte da lógica.
De 1935 a 1955, aprofunda-se nos mecanismos da inteligência. Analisa questões sobre o pensamento matemático, físico, biológico, psicológico e sociológico. Por volta de 1950 já organizava a teoria da epistemologia genética. De 1955 a 1970, funda em Genebra o Centro Internacional de Epistemologia Genética, conjugando estudiosos diversos (NÃO SERIA MELHOR “DIVERSOS ESTUDIOSOS”). Dedica-se mais à Epistemologia e seus colaboradores à Psicologia. Esta diversidade acaba influenciada pela cibernética e a inteligência artificial. Conclui estarem às estruturas operatórias mais gerais condicionadas por determinadas necessidades próprias a toda organização viva. Em oposição ao aparecimento de um biologismo inatista, adota a tese do construtivismo, postura consolidada ao final da década de 1970. Já quando faz pesquisas sobre a “explicação causal”, indica a importância epistemológica desta, pois exprime a questão da correspondência entre pensamento e realidade, na medida da resistência da realidade em se deixar assimilar pelas formas do pensamento. Nesse período firma-se a idé(e)ia segundo a qual a formação das operações se subordina à equilibração, e analisa diferentes tipos de desequilíbrio e as formas de superá-los. O modelo de equilibração lhe propicia o quadro assimilador para embasar os mecanismos construtivos do desenvolvimento. Mesmo assim, restam dúvidas se a análise de casos individuais permite inferências sobre mecanismos comuns de funcionamento, se se (fica estranho palavras repetidas) pode chegar aos processos de desenvolvimento (nível macrogenético) por processos de resolução de problemas (microgenético). Há mais indícios da complementaridade de tais processos, em vez da sua divergência.
Adentrando a década de 80, seus objetos de interesse vão em torno das relações entre estruturas (o fazer do sujeito) e tematizações (o dizer do sujeito), tentativas de aprofundar a base do construtivismo: a lei funcional vital.
A ação assegura a continuidade entre formas biológicas e de pensamento. Piaget pontifica: “só conhecemos um objeto atuando sobre este e o transformando”(como se chamam esses atos de atuar sobre o objeto?). Aí se constroem as formas de pensamento. E uma ação nunca é totalmente nova: acomoda-se ao objeto conforme um “esquema”, ou “complexo circunstancial generalizável”, unidade básica do funcionamento cognitivo, atribuindo significações à realidade à qual se aplica. O nível de desenvolvimento de um sujeito se aquilata por quão plural é seu repertório de esquemas para enquadrar um ato concreto. Na experiência física, tenta-se compreender as propriedades do objeto; na experiência lógico-matemática, tenta-se abstrair tais propriedades, através de nossos próprios esquemas. O nível de competência intelectual depende de quantos esquemas se dispõe e de como se pode combiná-los. Um esquema-reflexo é um quadro assimilador para compreender a realidade; uma estrutura é uma totalidade organizada de esquemas sob leis ou regras.
Sua teoria estabelece estágios de desenvolvimento, diferentes formas de organização mental ou de estruturas cognitivas, cada uma sendo uma forma de equilíbrio do intercâmbio do sujeito-mundo. O aparecimento de novos comportamentos indica um novo estágio, se corresponder à <-(crase) nova organização mental e se deriva do estágio anterior, incorporando-o abrangentemente. Distingue-se três estágios limitados às principais estruturas intelectuais: sensório-motor (grupo dos deslocamentos); inteligência representativa (estruturas operatórias concretas); operações formais (raciocínio hipotético-dedutivo). O recém-nascido estabelece esquemas-reflexos. Com o tempo, ele percebe desajustes, contra os quais busca acomodação (reorganização de ações), passando a coordenar ações e objetivos, chegando ao auge do período sensório-motor aos dois anos (aproximadamente, Piaget não fixa a idade de transição). Interiorizando esquemas de ação, fá-los passarem à condição de esquemas representativos, realizando raciocínios por analogia ou transdução. A intuição já faz a criança pensar num nível pré-operatório. Pelos 8 ou 10 anos, entra no operatório concreto, incorporando regras como composição, associatividade, identidade, tautologia, iteração e reversibilidade. Mas ainda não opera bem com hipóteses. Essa ligação com o plano concreto vai até os 15 ou 16 anos, quando o sujeito passa a obter conclusões pelo manejo de hipóteses, atingindo o estágio lógico-formal.
Seja como for, essas diferentes predisposições têm um só objetivo: adaptação. A descontinuidade estrutural junto à continuidade funcional ao longo do tempo são duas constantes no desenvolvimento do pensamento racional.
Percepção capital é a do organismo vivo estendendo-se além de sua corporalidade, no espaço e no tempo, sendo, simultaneamente, sistema físico-químico e subjetividade. O sujeito se reforça como centro do processo cognitivo. (achei esse parágrafo meio perdido no texto... me faltou um fechamento)[800 palavras]
Celso,
Fico impressionado com a tua capacidade de escrever exatamente as 800 palavras.
Em certos momentos me sinto truncado no texto, faltando alguns elementos de ligação.
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