segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Texto de Cristina

O texto inicialmente discorre sobre a vida de Piaget e cronologia de seus estudos e de sua obra. Seu interesse científico iniciado muito cedo por seu entusiasmo pela vida animal, publicando diversos artigos a partir de suas observações de moluscos e fósseis. A necessidade de demonstrar a existência de Deus, o leva à filosofia e daí ao problema do conhecimento e o problema epistemológico conduzindo-o a consagrar sua vida à explicação biológica do conhecimento. Para elaborar uma teoria do conhecimento baseada na biologia, uma epistemologia biológica convenceu-se da necessidade de uma base empírica para estabelecer a ligação entre a biologia e a epistemologia, função a ser desempenhada pela psicologia. Em 1918 já publica uma novela filosófica onde expõe parte do núcleo teórico da epistemologia genética sobre o “círculo das ciências” com a idéia do apóio de umas na outras, da convicção da existência das “totalidades” em todos os campos da vida e do temas do equilíbrio e da equilibração.

Depois de receber seu título de doutor por seus estudos em biologia inicia sua busca por um laboratório de psicologia para poder verificar experimentalmente seu sistema filosófico. Em Paris, na Sorbonne, desenvolve intensa vida acadêmica, estudando e trabalhando em técnicas de entrevistas clínicas as quais lhe darão suporte metodológico, passando de um período teórico à uma fase indutiva e experimental no campo da psicologia. Parte depois para Genebra para trabalhar como diretor de pesquisas na área da psicologia infantil e da educação no Instituto onde se trabalha pela renovação pedagógica fundamentada na psicologia funcional.

A partir de 1925, após o nascimento de seus filhos, Piaget observa, experimenta, acumula e sistematiza informações sobre a emergência da vida mental. Em três livros expõe sobre o desenvolvimento da inteligência sensório-motora, sobre a gênese das categorias básicas do pensamento e a gênese da representação e a passagem da inteligência sensório-motora à inteligência representativa ou conceitual. Estes conceitos constituem a base para a compreensão da psicologia genética. Em suas pesquisas descobre a existência de uma verdadeira inteligência prévia ao aparecimento da linguagem, assim já não se pode atribuir mais à linguagem a origem da lógica.

Em 1950 já têm constituído o arcabouço da teoria da psicologia genética, com publicações sobre o pensamento matemático, o pensamento físico e o pensamento biológico, psicológico e sociológico.

Já nos anos 70 quando sua obra é marcada pelo construtivismo, pois são necessários argumentos concretos a favor das teses construtivistas, a partir do ressurgimento de uma epistemologia apriorista de proposição oposta à epistemologia genética. Nesta sequência, sua obra irá abordar o estudo empírico dos mecanismos de transição de níveis do pensamento, com ênfase ao funcionamento cognitivo e a seu papel como motor do desenvolvimento.

Piaget relaciona os critérios de classificação das teorias epistemológicas, das teorias da inteligência e das teorias da evolução biológica como forma de elo entre o estudo das formas biológicas e o estudo das formas de pensamento, tendo como elemento de continuidade a ação. O organismo humano entra em contato com os objetos externos através da ação e assim, pode conhecê-los, então por meio da perspectiva da psicologia genética o objeto existe se for conhecido em suas relações com as ações do sujeito. Nesta interação sujeito e objeto constroem-se as formas do pensamento e sua evolução é analisada pela psicologia genética para mostrar a continuidade entre vida e pensamento. Piaget distingue duas maneiras de exercitar a ação, de aprender através da aplicação de esquemas. A experiência física na qual o sujeito tenta compreender as propriedades do objeto, assimilando-o e a experiência lógico-matemática na qual o sujeito experimenta o objeto com suas próprias ações para abstrair suas propriedades. Estes dois tipos de experiência são interdependentes, mas constituem caminhos diferentes e complementares do desenvolvimento intelectual. A psicologia genética explica a construção progressiva das formas de pensamento racional a partir de mudanças as quais se produzem na bagagem e na natureza e no tipo de coordenações dos esquemas do sujeito.

São três os fatores do desenvolvimento: a herança, o meio e o funcionamento além da auto-regulação a qual surge como fundamental para o desenvolvimento psicológico. E finalmente, para Piaget a adaptação e o equilíbrio são propriedades constitutivas da vida, orgânica e psicológica. E a equilibração é o processo pelo qual se formam as estruturas cognitivas.

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