A pergunta central da teoria psicogenética desenvolvida por Piaget e seus colaboradores diz respeito a como os homens constroem o conhecimento. Através desta pergunta, Piaget percebe o desenvolvimento da inteligência de forma qualitativa, isto é, desenvolve-se por períodos ou estágios diferentes, através da ação.
Assim, o desenvolvimento intelectual é compreendido como a sucessão de estágios e subestágios variados. Cada estágio do desenvolvimento compreende diferentes estruturas cognitivas. Entender este processo de construção através das ações, e pelas modificações nas estruturas cognitivas pode permitir ao professor uma compreensão mais ampla de como a criança aprende.
Através da compreensão dada pelos estudos de Piaget, compreende-se que o desenvolvimento intelectual do homem não está apenas no amadurecimento biológico, ou dependente do seu DNA, mas sim, depende de construções elaboradas nas vivências do indivíduo no meio social ao qual está inserido.
As crianças nas primeiras idades escolares, segundo a psicogenética, ainda possuem limitações cognitivas. Elas tem o pensamento ligado a esquemas não generalizados, intuitivos. Somente mais tarde as operações, ou seja, esquemas representativos coordenados e combinados, respeitando regras e leis, vão caracterizar o pensamento da criança em idade escolar. No entanto, as operações e as estruturas mentais ainda são de natureza concreta, ou seja, não conseguem operar apenas com hipóteses. Somente nos anos da adolescência o sujeito terá construído esquemas complexos o suficiente para poder operar apenas com hipóteses sem a necessidade da manipulação concreta.
É por isto possível, percebermos em nossas pesquisas sobre ciências nos anos iniciais, porque muitas metodologias adotadas nas aulas não geram aprendizagem. Exigir abstração de uma criança pequena é infrutífero, sendo necessário para sua aprendizagem poder operar com materiais concretos, muito embora dentro da teoria de Piaget, operar concretamente possa significar também o processo de pensar sobre, construir redes cognitivas ou novos conceitualizações. Com este conhecimento, o professor pode, respeitando a capacidade cognitiva de seus alunos, possibilitar conhecimentos significativos, os quais podem se tornar parte de novas estruturas mentais, onde os alunos aprenderão de acordo com suas capacidades cognitivas dentro das perspectivas de cada estágio do desenvolvimento intelectual.
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