Jean Piaget nasceu em Neuchâtel (Suíça) e desde muito cedo apresentou grande interesse pela vida animal. Biólogo por formação substituiu a vida acadêmica pelo estudo do conhecimento após receber o título de doutor em Ciências Naturais.
Influenciado pela Filosofia, depois de uma crise religiosa, foi conduzido novamente à biologia quando passou a abordar o estudo do conhecimento através de uma epistemologia biológica. As teorias desenvolvidas por ele tentavam explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos, sendo por isso sua ciência conhecida como Epistemologia Genética.
Piaget não somente descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência, mas experimentalmente, comprovou suas teses. Para ele uma teoria de conhecimento baseada na Biologia necessitava de uma base empírica a qual permitisse estabelecer uma relação entre a biologia e a epistemologia. A partir disso, foi à busca de um laboratório de psicologia a fim de realizar as “experiências” necessárias à “verificação” de seu sistema. Suas pesquisas e observações foram voltadas para a construção e aquisição de conhecimento pelos homens na idade infantil e na adolescência, utilizando métodos de entrevista clínica, a fim de estudar com profundidade as razões das dificuldades encontradas pelas crianças em resolver certos problemas.
As teorias piagetianas tentavam explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos, por essa razão sua ciência ficou conhecida como Epistemologia Genética. A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova. A interação entre o indivíduo e os objetos implica a construção contínua de novas estruturas, construindo novas formas de pensamento. O comportamento do ser humano não é inato e nem resultado de condicionamentos, mas construído através da interação entre o meio e o indivíduo.
Segundo a Teoria Piagetiana, uma pessoa só recebe um determinado conhecimento se estiver disposta a agir sobre o objeto de conhecimento para inserí-lo num sistema de relações. Um organismo só assimila e transforma um novo conhecimento se já possuir um conhecimento anterior. O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. A construção da inteligência ocorre em etapas sucessivas, encadeadas umas às outras. O primeiro destes estágios decorre no âmbito da motricidade; o segundo, na atividade representativa e o terceiro e o quarto no pensamento operatório. Os quatro estágios foram denominados de sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Para Piaget o desenvolvimento da inteligência estava sempre avançando, ou seja, vai adquirindo níveis cada vez maiores de conhecimento. A partir disto, trata os estágios de desenvolvimento como uma sequência e uma sucessão no desenvolvimento da inteligência, as quais são rigidamente obedecidas.
A definição dos períodos de desenvolvimento da inteligência serve para os professores compreenderem com quem estão trabalhando. Em uma aula de Química muitas vezes, os conteúdos propostos são vistos de maneira diferente por cada aluno. Alguns discentes acham os conteúdos fáceis, outros nem tanto e enquanto alguns vêem como inatingíveis. Diante disto, após analisar a teoria de Piaget, foi possível relacionar as diferentes formas dos alunos verem os conteúdos com a diferente fase de maturação vivida por cada um. Todo objeto necessita ser assimilado e acomodado pelos indivíduos para ser dominado (equilíbrio) e proporcionar conhecimento. Porém, cada indivíduo possui uma fase de apropriação do conhecimento, a qual ocorre desde o nascimento até a idade adulta. A ação dos alunos sobre determinado conhecimento deve ser estimulada por processos que conduzam a aquisição do equilíbrio e posterior aprendizagem.
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