Os pesquisadores descrevem o desenvolvimento ontogenético do pensamento racional baseados nos elementos: ação, esquemas e estruturas. O nível de competência intelectual de um indivíduo em um determinado momento de seu desenvolvimento, depende da natureza e da quantidade de esquemas que possui e também da maneira como tais esquemas podem se combinar. Os estágios de desenvolvimento constituem uma constante entre equilíbrio e desequilíbrio, um jogo de assimilação e acomodação, entre as estruturas fisiológicas e cognitivas. Com a maturação fisiológica de determinadas áreas do cérebro, somos capazes de imaginar, representar e de dar significado a nossa realidade. O ser humano é portanto um animal e ao mesmo tempo um sistema fisico-químico e uma subjetividade. Nesta perspectiva o desenvolvimento psicológico individual aparece como a expressão de uma lei vital que não pode se desprender do contexto mais geral da evolução. Estaremos levando nossa atividade cognitiva adiante? Estamos modificando as bases hereditárias do pensamento? A diminuição da densidade e do tamanho da mandíbula do homem deve-se ao fato da descoberta do fogo e consequentemente ao cozimento da carne. A partir dessa perspectiva podemos pensar que a atividade cognitiva possa estar passando por um processo similar onde as tecnologias aceleram a vida, e desta forma pressionam o homem moderno a ter um pensamento cognitivo diferenciado. Para sobreviver na era das cavernas era preciso ter muita força muscular, agilidade, necessitava ser um guerreiro. O homem moderno não precisa dessa força mas, pensamento, atividade cognitiva. Não é a toa que Bill Gates é hoje o maior exemplo de guerreiro do século XXI. A computação ubíquoa é o catalisador deste processo no qual, games, ipods, Tv e cinema em 3D, internet de alta velocidade, realidade mista, ambientes sintéticos, avatares, blogs e quem diria um second life, contribuem para causar um desequilíbrio nas atividades fisico-quimicas do homem. Esse desequilíbrio, essencial para uma nova ordem e nova reestruturação das funções do pensar. O estudo da cognição é recente, e com ele uma gama de games, capazes de desenvolver capacidades cognitivas tem sido desenvolvidos. Os exergames, são um exemplo de tipo de vídeo game que foi desenvolvido em 2006, pela Nintendo, no qual o exercício físico é utilizado para entrar no mundo virtual. Segundo os pesquisadores essa nova experiência, virtual e física é capaz de desenvolver a cognição como uma ação incorporada. Desta forma, o estudo de Piaget, sobre as etapas do desenvolvimento humano tem grande importância para a área do design de games, possibilitando a criação de novos jogos que levem em conta o estado de maturação em que se encontra cada indivíduo.
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