1. O método clínico permite que através do acompanhamento do raciocínio e da exploração do pensamento, seja capturado uma espécie de filme das operações mentais que o entrevistado realiza para compreender algo. Sabendo desta afirmação, como este método pode contribuir na sua pesquisa sobre TDA?
Como as crianças com TDAH são crianças agitadas, desatentas e impulsivas, este método permitiria que eu acompanhasse o pensamento dessas crianças, entendendo como elas se organizam mentalmente para responder? Se teve organização? Se teve um pouco de atenção na pergunta? Assim poderia conhecer um pouco mais sobre estas crianças, conhecendo a maneira de pensar delas, e entendendo até que ponto elas conseguem compreender os conteúdos e qual seria a melhor forma de lidar com elas.
2. O autor conclui que quando o algoritmo é adquirido sobre forma de um processo automatizado, ocorre, apenas, a identificação de uma lei que interpreta a regularidade dos fatos... Mesmo quando o sujeito domina o cálculo com relativa facilidade isso não é garantia de que compreende ou que possa vir a compreender as relações envolvidas na resolução do cálculo. (pág. 126, 3º. par). Este tipo de ensino baseado na memorização não se restringe apenas ao estudo de algoritmos ou da matemática. Em geral é algo comum em todo o processo de ensino e aprendizagem. Em sua prática docente, como você faz para se desvincular deste processo de ensino automatizado?
É um processo bem difícil de se desvincular, pois os alunos já estão acostumados a este tipo de ensino e aprendizagem. Os alunos acabam cobrando do professor os exercícios de revisão para prova para decorarem, é claro que para eles é muito mais fácil, pois é só decorar aquele questionário antes da prova do que tentar entender o conteúdo. Para tentar “fugir da decoreba”, tento sempre utilizar materiais concretos para eles poderem visualizar, quando que possível manusear, fazendo sempre com que eles participem. E sempre exemplificando com coisas do dia-a-dia para que fique mais fácil para assimilar com o seu cotidiano, assim eles conseguem entender com mais facilidade não necessitando do questionário para decorar.
3. A hipótese formulada pelo autor é de que mesmo dominando cálculo, muitos sujeitos não são capazes de elaborar uma explicação para a relação existente, por exemplo, entre área e perímetro. Você consegue identificar esse tipo de situação no ensino de ciências?
Este tipo de situação é verificado tanto em matemática quanto em qualquer outra disciplina. Os alunos até podem desenvolver aquele cálculo pedido em cima de uma fórmula, mas se tiver que relacionar ou diferenciar um do outro não conseguem. No ensino de ciências acontece a mesma situação quando por exemplo, o conteúdo “célula” é desenvolvido em sala de aula eles compreendem o que é, qual sua função, mas quando fazemos a relação que o ser vivo é constituído por células, eles não conseguem compreender que no ser vivo existem trilhões de células unidas que formam aquele corpo.
4. Os sujeitos são capazes de construir implicações e desenvolver maiores inferências quando pensam o problema, refletem sobre os conteúdos e testam suas hipóteses. Você concorda com esta afirmação? Como professora do ensino de ciências que meios utilizas para proporcionar estas ações?
Sim concordo. A utilização de experimentos é uma das maneiras que utilizo para eles pensarem sobre os diversos conteúdos, assim eles irão problematizar e refletir sobre o que está acontecendo e o que poderia acontecer se fosse diferente. Outra, é os jogos sobre o assunto determinado que faz com que eles pensem, Isso sempre gera uma curiosidade por parte deles para saber, se fizermos de uma outra forma poderemos chegar ao mesmo resultado?. Acho importante e dá certo em minhas aulas, porque os questionamentos surgem deles, e ao mesmo tempo em que eles perguntam já acabam respondendo para eles mesmos ou para os colegas.
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