segunda-feira, 11 de outubro de 2010

De Camila para Lavínia (respondidas por Lavínia!!)

1. Quando Piaget (1975, 1977) introduz o conceito de implicação significante, ele o faz para exprimir a existência de uma lógica própria das ações e dos significados. De acordo com Piaget “o sistema das implicações significantes fornece um elemento que não é compreendido, nem nos objetivos, nem nos meios empregados: é a determinação das razões, sem as quais os sucessos representam apenas fatos sem significados” (1977, p. 179). Como isso ocorre no caso do adulto? <- Boa pergunta

Para Piaget, um modelo de significação pode ser entendido sob a perspectiva do conjunto de implicações significantes que o sujeito elabora para interpretar a realidade. Silva expõe que "esses modelos de significação estão em dependência das organizações demandadas pelos objetos e das coordenações anteriores do sujeito". No caso do adulto, esses elementos não compreendidos geram uma busca (se podemos dizer assim) nos seus entendimentos já assimilados em sua vida para uma possível solução ao problema proposto. Então, em função
das particularidades de cada um, de suas experiências individuais frente aos
objetos propostos, são geradas diferentes maneiras de compreender o que é exposto e, consequentemente, diferentes modos de significar o conteúdo requisitado e de assimilá-los. Perfeito

2. Sabe-se que as coordenações que o sujeito elabora permitem interpretar o problema e obter feedbacks de suas ações sobre os objetos. Todavia, as coordenações dos objetos colocam restrições às coordenações do sujeito. No caso deste estudo identifique o papel das transformações em relação ao jogo? Te puxaste nessa!

As transformações, durante o questionamento das mudanças de área e perímetro nos exemplos geométricos, modificavam-se ora confirmando o raciocínio/interpretação que vinha sendo empregado, ora gerando conflito no mesmo. Conforme Silva (2010, p. 126), "quando uma inferência não é confirmada, abre-se a possibilidade de averiguação das implicações que lhe deram origem". ok


3. Segundo Piaget 1977, as regulações ativas implicam escolhas, o que supõe uma consciência das possibilidades, podendo se desdobrar até à tomada de consciência das coordenações. Neste caso de estudo percebe-se que o pensamento do adulto encontra dificuldades frente ao experimento, de maneira que muitas regulações acontecem no próprio momento de realização da prova. Qual o papel destas perturbações do experimento? OK

São essas perturbações que geram conflitos cognitivos nos adultos e são elas que, segundo o autor, provocam a significação dos conteúdos e seu entendimento ok, mas diria "podem provocar", pois não, necessariamente, provocam. Essas perturbações que fazem os adultos questionados na pesquisa buscarem elementos para resolução do problema. Poderíamos dizer que essas perturbações geradas a partir das mudanças na geometria são "o motor" do entendimento dos conceitos ali abordados. <- Bacana

4. A idéia que o texto defende é que os conteúdos envolvidos influenciam na construção de um jogo de implicações que concebe esse modelo em termos de significação. No decorrer da sua leitura, você concorda com esta hipótese? Justifique. Essa pergunta é malandra hein.

Sim e não. Concordo que a construção de jogo de implicações através das perturbações proporcionadas pelas modificações do esquema de geometria proposto produzem modelos de significação que vão sendo modificados conforme os questionamentos seguem, mostrando que fazer o uso dessas perturbações desenvolve um aprendizado mais efetivo, levando o aluno (ou entrevistado aqui no caso) a pensar no que está pensando.
Assim, este material (o quadro com os pontos e a fita) é bem pertinente para ser utilizado em pesquisas de raciocínio matemático, no entanto, fiquei pensando até que ponto poderíamos usar este material para o ensino de geometria na escola pois a percepção visual aqui parece "atrapalhar" (não sei se é a melhor palavra) um pouquinho a compreensão dos conteúdos matemáticos -os cálculos de área e perímetro-, em vez de auxiliar seu entendimento.Ah sim, perfeita a tua discussão. Trata-se exatamente de protocolo de entrevista e de instrumento de coleta de dados e não de material didático. Os objetos e objetivos utilizados nas entrevistas não podem sofrer transposição direta às situações didáticas.

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