Giulia

O texto desta semana relata resultados de um estudo que teve o objetivo de analisar de que maneira a escola considera o sujeito psicológico nos processos de ensino e de aprendizagem. Os resultados obtidos não são diferentes do que já percebemos: a escola rejeita qualquer manifestação de emoções, sentimentos e pensamentos do aluno durante o processo de aprendizagem. Quando um professor prepara a sua aula ele não se preocupa em conhecer o sujeito psicológico que se esconde no epistêmico. Não há interesse em conhecer as particularidades de cada aluno que irá assistir a suas aulas. O ensino limita-se ao tempo necessário para “vencer” conteúdos que foram previstos. O tempo de aprendizagem do aluno é desconsiderado. São os conteúdos programáticos que determinam o tempo que o professor se dedica a prática de ensinar. O professor acredita que todos os alunos encontram-se nas mesmas condições de aprendizagem e desta forma pode ensinar todos da mesma maneira e assim irá obter o mesmo desempenho. Prevê que todos os alunos são iguais ao entrar e assim deverão permanecer ao sair. Desta forma o tempo do professor leva ao prejuízo do tempo do aluno. O aluno passa a encontrar dificuldades em aprender pois o tempo de cada sujeito independe do tempo de sala de aula que considera apenas os conteúdos programáticos a serem trabalhados.
O texto me fez relembrar um fato que aconteceu no primeiro semestre da faculdade. A disciplina de Química Geral é aquela que coloca os graduandos do Curso de Química em contato pela primeira vez com as técnicas de laboratório além de revisar alguns conceitos do Ensino Médio. Pode-se dizer que essa disciplina é o cartão de visitas do Curso já ela oferece uma visão geral do que vai ser visto ao longo do curso. No primeiro dia de aula fiquei muito surpresa quando a professora da disciplina disse que iríamos direto para o laboratório realizar uma prática de laboratório. Quando chegamos ao laboratório ela nos informou que iríamos revisar algumas práticas comuns do Ensino Médio. Segundo a professora da disciplina a maioria dos alunos que procuram o Curso Superior de Química cursou Ensino Médio Técnico em Química. Minha situação era alarmante: não tinha feito Curso Técnico em Química e muito menos tinha entrado em um laboratório de Química durante o Ensino Médio. Fui resistente ao revelar a ela minhas limitações. Optei por continuar na aula e tentar realizar os procedimentos da prática mesmo sem nunca ter manipulado nenhum daqueles materiais e equipamentos. Percebi que a professora não iria nos ensinar os procedimentos de laboratório pois ela acreditava que todos os alunos sabiam montar e realizar uma prática. Ela também não revisou os conteúdos do Ensino Médio os quais nos seriam muito úteis para o aprofundamento de nossos estudos. A professora acreditava que todos já tinham a base para continuar. A cada aula ela avançava mais no conteúdo e eu como não sabia o básico não acompanhava as aulas. Não perguntava por medo de parecer um “peixe fora d’ água” num ambiente de “gênios”. Na verdade não sei se era só eu nessa situação pois nunca perguntei a ninguém e jamais revelei meu caso a outros colegas. A professora não levou em consideração que naquela sala de aula havia diferentes sujeitos. Seria necessário um tempo maior para que eu organizasse a nova realidade que era proposta já que nunca tinha entrado em um laboratório. Sentia-me fracassada diante do comum para tantos e o inatingível para mim. Fui capaz de superar o tempo da professora em benefício do meu aprendizado buscando o aprendizado fora da sala de aula. Passei a dominar as técnicas de laboratório assim como os conteúdos quando passei a estudar o que precisava para organizar minhas estruturas e poder atuar diante do novo. Fiz por mim o que a professora deveria fazer mas que achou desnecessário.

Giulia,
Bom exemplo. Percebi teu esforço em suprimir as vírgulas, mas precisas torcer mais as frases, pois em alguns momentos elas seriam necessárias. Cuidado com a repetição de palavras.
Abraços,
JA