Diante dessa afirmação e dos dados coletados, a intenção de um modelo S-R para o
exercício escolar deve, no mínimo, ser substituído por uma expressão S-Ç-R, na qual Ç
representa a atividade assimiladora do sujeito, englobando seus esquemas capazes de
responder ao estímulo recebido. Esta assimilação será tão mais eficaz quanto o problema
permitir um jogo de regulações e compensações. Retomando o esquema anterior (S-Ç-R),
vê-se que se, um estímulo através de uma atividade assimiladora é capaz de gerar uma
resposta, é porque, antes da resposta, havia uma lacuna que permitia sua criação, ou seja,
uma condição de possibilidade para a reestruturação. Poderíamos reconstruir a expressão
anterior da seguinte forma: S - Ç - R, na qual representa a lacuna capaz de significar o
estímulo S e construir a resposta R. Da mesma forma o conjunto A x B x C x D x e pode ser
mais bem representado por A x B x C x D x (e + ), donde se infere que, após nova
equilibração, pode-se encontrar A x B x C x D x E, onde E = e + <, no qual < representa a
lacuna preenchida pelo processo de alimentação dos esquemas via testagem de hipóteses
na experimentação proporcionada pelo exercício.
O texto apresenta discussões acerca dos objetivos da utilização dos exercícios em sala de aula. O artigo apresenta dados, oriundos de observações e entrevistas, realizadas com professores e estudantes. Com o estudo, puderam-se fazer algumas constatações. Em relação ao modelo estímulo resposta identificou-se a necessidade da assimilação nesse processo, ou seja, uma lista de exercícios com objetivos similares e mesmo grau de dificuldade, não são suficientes para que o estudante atinja um “grau elevado” de aprendizagem, ou seja, permite apenas a reprodução dos conceitos explicitados pelo professor. Sabias que houve um período do ensino da matemática que a dedicação voltou-se para a construção de listas de exercícios nas quais todos podiam aprender-fazendo. A ideia era de micro-exercícios. Chamava-se "instrução programada". Por outro lado, percebeu-se de forma implícita nas entrevistas, que discentes e docentes valorizam a realização de exercícios nas aulas. Contudo, os exercícios, devem possuir níveis de dificuldade diferentes para possibilitar que o estudante se desacomode e, conseqüentemente, reorganize as suas estruturas cognitivas, de forma a se tornar apto para resolver os desafios propostos pelos exercícios.<- E como precisar esse níveis? Acredita-se que o estímulo, geralmente uma pergunta, possibilita ao estudante se reestruturar, de modo a conseguir assimilar novos conhecimentos.<- Atenção ao conceito de estímulo. Os exercícios permitem que essas lacunas sejam preenchidas, e que o sujeito passe de um nível de menor compreensão para um de maior compreensão, onde há possibilidade de fazer outras relações com os conhecimentos que já detém. Entretanto, para que os processos de reestruturação aconteçam o professor deve ter clareza do objeto de aprendizagem que espero que o educando se aproprie e a partir disso, viabilizar que o educando se aproprie desses novos conhecimentos. Os exercícios devem ter uma ordem, estrategicamente definida, possibilitando que o estudante “avance”, no que se refere à aprendizagem, a cada exercício. <- quais seriam os indicadores dessa ordem? Normalmente, se usa o grau de complexidade do conteúdo, sem pensar na complexidade de pensamento do sujeito.
Boa abordagem Robson.
JA
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