Sabe-se que as coordenações que os sujeitos elaboram permitem interpretar o problema e obter feedbacks de suas ações sobre os objetos. Todavia, as coordenações dos objetos colocam restrições às coordenações do sujeito. Segundo Silva (2008), Os exercícios aplicados, na prática de sala de aula indicam duas características distintas: podem manifestar-se como promotores de técnicas empiristas, quando colocados sob a forma de repetição para a memorização, ou podem se revelar como um recurso extremamente valioso quando colocam um problema, apresentam desafios e permitem a testagem de hipóteses do sujeito. Com isso, percebe-se que o professor utiliza o exercício na perspectiva da repetição, embora, algumas vezes, sem intencionalidade, ele se configure como uma possibilidade de ação do aluno. Quando o exercício é elaborado levando em conta uma dimensão de desafio, ele pode ser o responsável pelo fornecimento de feedbacks às hipóteses do sujeito, o que não ocorre quando se apresentam sempre conteúdos programáticos acabados e em sua forma final. Piaget (1936), acrescenta que, quanto mais complexo for o sistema de esquemas de assimilação maior será interesse pela novidade em geral: os novos eventos têm, com efeito, tanto mais possibilidades de excitar, pelo menos, um determinado esquema, quanto mais considerável for o conjunto de esquemas constituídos. Segundo Piaget (1977), as regulações ativas implicam escolhas, o que supõe uma consciência das possibilidades, podendo se desdobrar até à tomada de consciência das coordenações. Uma perturbação pode ser responsável pelo surgimento de uma regulação e quanto mais ativa esta for, mais apresentará compensação à perturbação que lhe deu origem. Quando um esquema, levando em conta sua dimensão de subtotalidade, apresenta uma lacuna, pode haver uma relação direta com os outros esquemas que compõem a totalidade maior. Estes apresentam uma “solidariedade”, podendo apoiar-se uns nos outros para a constituição de um quadro assimilador que vise a suprir as lacunas que se apresentam no conjunto. Todavia, a composição de um novo equilíbrio somente é possível quando o sujeito consegue significar o desafio que lhe é colocado. Acredita-se que as inferências são construídas levando se em conta as implicações que o sujeito formula sobre os índices de juízo que estabelece. A reunião dessas inferências elaboradas é capaz de formar uma explicação a respeito do problema, visto que esse sistema de conjunto constrói um modelo de significação da situação baseado nas implicações estabelecidas. Esses modelos de significação estão em dependência das organizações demandadas pelos objetos e das coordenações anteriores do sujeito.
Camila, traz para a aula a provocação do que é uma regulação automática e uma regulação ativa.
JA
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