quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Análise Trecho 1 Giulia

Observa-se que os alunos normalmente vêem o professor como o único sujeito ativo na sala de aula. É ele que deve passar o conteúdo no quadro, explicar a matéria e elaborar exercícios para os alunos resolverem e assim ambos colherem os resultados da aprendizagem. Se o professor faz perguntas que remetam a um novo conteúdo, elas só serão respondidas se forem fáceis, ou seja, se puderem ser respondidas a partir dos conteúdos que eles já viram.<- Essa frase está bem boa, mas muito longa. Ainda que te saíste bem, foi arriscado. No entanto, se as perguntas remetem a construção de uma nova estrutura que exige interação com a estrutura cognitiva do aluno, eles não as vêem como interessantes e clamam por exercícios onde nos quais possam exercitar o conteúdo. Os exercícios são vistos como processo de “treino” e, como tal proporciona que possamos nos sair melhor em determinada modalidade, visto que repetimos inúmeras vezes. Muitas vezes, aluno e professor acreditam que se a matéria não foi bem explicada, os exercícios poderão levá-lo a aprendizagem. Quando o aluno fala que prefere que o professor fale mais na aula e passe muitas atividades, porque dessa forma ele aprende mais, ele quer que o professor atue nessa aula determinando a função de cada um.
Considerando o professor como único sujeito ativo na sala de aula, o aluno torna-se o ser passivo nesse contexto. Sendo assim, é o professor quem explica e determina o que deve e como deve ser aprendido de determinado conteúdo. Nessa realidade, os exercícios acabam servindo como uma ferramenta de repetição, na qual o aluno, muitas vezes apenas reproduz o que não foi transmitido na explicação. Percebe-se, nos relatos da entrevista do texto analisado, que aluno e professor criaram um círculo vicioso em torno dos exercícios, visto que acreditam que a repetição pode levar ao aprendizado. <- Percebes a concepção epistemológica que sustenta isso aqui que tu estás dizendo? A origem dessa prática não é aleatória. Tem um fundamento.
Os exercícios podem e devem ser uma ferramenta em sala de aula, mas temos que entender que se trata, como o próprio título do texto sugere, “dois lados de uma mesma moeda”. Uma determinada atividade pode conduzir a aprendizagem desde que não se trate de uma mera reprodução do conteúdo estudado. Nem sempre um exercício conduz o sujeito a pensar e repensar sobre determinada situação logo, nem toda atividade proporciona a aprendizagem, visto que os exercícios devem tanto desafiar como despertar o interesse dos alunos. O exercício como forma de reprodução do conteúdo promove uma memorização fazendo com que o aluno enfrente as situações através de associações sem atribuir significados. Muitas vezes, o aluno repete várias vezes uma determinada resposta, memoriza-a por um determinado momento, mas não consegue transmitir <- ??? o conhecimento aprendido. As atividades devem desacomodar o que o sujeito já sabe para que ele crie novas possibilidades de resolver uma determinada situação e assim poder criar novas estruturas. Desafiar os alunos a respeito do que ele já sabe proporciona que ele questione suas respostas e assim possa reestruturar-se e construir a aprendizagem. A aprendizagem implica em modificações na estrutura cognitiva dos alunos, portanto não basta o professor apenas fazer acréscimos de conteúdo. O novo deve interagir com a estrutura que o sujeito já possui. O aluno deve ser perturbado para que haja busca por uma solução mais adequada. Desta forma ele passa a estabelecer significados e a modificar a estrutura cognitiva existente passando ocorrer à aprendizagem.


Giulia,
Excelente análise. Apenas cuide para não fazer frases tão extensas. Prejudicam o ritmo do texto. Fiquei pensando: como organizar exercícios na química sobre conteúdos que são muito formalizados, que exigem domínio da técnica. Será possível problematizá-los?

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