domingo, 14 de novembro de 2010

Análise trecho da Roberta

Os exercícios são uma metodologia escolar consolidada na prática pedagógica de quase todos os professores atuantes, em qualquer nível do ensino formal. Acredita-se que são eles os responsáveis pela aprendizagem, isto é, quanto mais repetições houverem, maior serão as chances de haver aprendizagem. <- Percebes o subsído epistemológico que existe nisso que disseste? No entanto, como mostra Piaget em seus estudos psicogenéticos, a aprendizagem não se dá pelo fato de se repetir inúmeras vezes a mesma coisa, e sim, ela está no fato de fazer com que nossa estrutura cognitiva precise “trabalhar” em cima do novo dado obtido. Isso se dá através de problemas que se apresentam a estrutura já construída. Por exemplo, quando uma pessoa resolve observar as estrelas no céu noturno. Primeiramente, ela vai coordenar os órgãos da sua visão, focando seu olhar para determinados pontos luminosos que ela vê. Num primeiro momento, ela não vai saber distinguir um ponto do outro, sabendo se se trata de um planeta, ou de uma estrela. Através dos reflexionamentos, ela vai distinguindo-as de tamanho, intensidade do brilho e talvez cor. Com esse exercício desafiador de continuar observando e percebendo as diferenças, ela poderá chegar a alguma conclusão sobre estrelas e planetas (isso somente depois de um bom tempo de observações), no que poderemos dizer que ocorre a reflexão, onde ela já sabe quando se trata de uma estrela ou de um planeta. ok, mas pode ser desafiador para alguns e nao para outros. Perfeita a interpretação da ideia de reflexao. Como montar uma atividade para as crianças que contemple isso? Podemos representar pelo esquema proposto por SILVA (2008) A x B x C x “e”, onde “e” é um esquema incompleto = (não sabe a diferença entre os pontos luminosos no céu noturno). Depois das várias observações e ações mentais, a representação poderá ser a seguinte SILVA (idem) A x B x C x D x E = (E é o esquema agora completo, com a construção cognitiva em que é possível distinguir planetas de estrelas). Com isso vemos que são os problemas que fazem nossos esquemas cognitivos se movimentarem no sentido de assimilarem novos dados e serem capazes de responder adequadamente ao desafio, ou de compreendê-lo. <- Bacana, mas sempre lembrando que os problemas são colocados dessa maneira pelo indivíduo. O que pode ser um problema para mim pode não ser para ti. No caso da diferenciação entre estrelas e planetas, certamente precisar-se-á de muito tempo para ocorrer essa reconstrução do esquema “e”, onde planetas, estrelas e qualquer objeto luminoso no céu são denominados apenas de estrelas. Mas, através do desafio, o sujeito que já se encontre no estádio operatório formal, poderá fazer essa reconstrução de esquema, e passará a compreender essas diferenças peculiares assimilando os dados obtidos na (experimentação?) de suas observações. Caso o professor de física, de uma determinada turma de ensino médio solicite aos seus alunos que diferenciem planetas de estrelas, qual seria a maneira mais adequada de pensar práticas que os levassem a esse conhecimento: Exercícios do livro didático sobre luz, estrelas, cosmos? Ou práticas de observações sistemáticas e mediadas por ele? Essa questão guarda muita teoria sobre os processo de ensino e de aprendizagem... Boa pergunta, mas também faço o rebote: e só a observação resolveria?

Bom resumo Roberta,
JA

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