domingo, 21 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Trecho 9, Robson Porto
exercício escolar deve, no mínimo, ser substituído por uma expressão S-Ç-R, na qual Ç
representa a atividade assimiladora do sujeito, englobando seus esquemas capazes de
responder ao estímulo recebido. Esta assimilação será tão mais eficaz quanto o problema
permitir um jogo de regulações e compensações. Retomando o esquema anterior (S-Ç-R),
vê-se que se, um estímulo através de uma atividade assimiladora é capaz de gerar uma
resposta, é porque, antes da resposta, havia uma lacuna que permitia sua criação, ou seja,
uma condição de possibilidade para a reestruturação. Poderíamos reconstruir a expressão
anterior da seguinte forma: S - Ç - R, na qual representa a lacuna capaz de significar o
estímulo S e construir a resposta R. Da mesma forma o conjunto A x B x C x D x e pode ser
mais bem representado por A x B x C x D x (e + ), donde se infere que, após nova
equilibração, pode-se encontrar A x B x C x D x E, onde E = e + <, no qual < representa a
lacuna preenchida pelo processo de alimentação dos esquemas via testagem de hipóteses
na experimentação proporcionada pelo exercício.
O texto apresenta discussões acerca dos objetivos da utilização dos exercícios em sala de aula. O artigo apresenta dados, oriundos de observações e entrevistas, realizadas com professores e estudantes. Com o estudo, puderam-se fazer algumas constatações. Em relação ao modelo estímulo resposta identificou-se a necessidade da assimilação nesse processo, ou seja, uma lista de exercícios com objetivos similares e mesmo grau de dificuldade, não são suficientes para que o estudante atinja um “grau elevado” de aprendizagem, ou seja, permite apenas a reprodução dos conceitos explicitados pelo professor. Sabias que houve um período do ensino da matemática que a dedicação voltou-se para a construção de listas de exercícios nas quais todos podiam aprender-fazendo. A ideia era de micro-exercícios. Chamava-se "instrução programada". Por outro lado, percebeu-se de forma implícita nas entrevistas, que discentes e docentes valorizam a realização de exercícios nas aulas. Contudo, os exercícios, devem possuir níveis de dificuldade diferentes para possibilitar que o estudante se desacomode e, conseqüentemente, reorganize as suas estruturas cognitivas, de forma a se tornar apto para resolver os desafios propostos pelos exercícios.<- E como precisar esse níveis? Acredita-se que o estímulo, geralmente uma pergunta, possibilita ao estudante se reestruturar, de modo a conseguir assimilar novos conhecimentos.<- Atenção ao conceito de estímulo. Os exercícios permitem que essas lacunas sejam preenchidas, e que o sujeito passe de um nível de menor compreensão para um de maior compreensão, onde há possibilidade de fazer outras relações com os conhecimentos que já detém. Entretanto, para que os processos de reestruturação aconteçam o professor deve ter clareza do objeto de aprendizagem que espero que o educando se aproprie e a partir disso, viabilizar que o educando se aproprie desses novos conhecimentos. Os exercícios devem ter uma ordem, estrategicamente definida, possibilitando que o estudante “avance”, no que se refere à aprendizagem, a cada exercício. <- quais seriam os indicadores dessa ordem? Normalmente, se usa o grau de complexidade do conteúdo, sem pensar na complexidade de pensamento do sujeito.
Boa abordagem Robson.
JA
Cristina - Trecho 2
A utilização de exercícios em sala de aula pode ser considerada, segundo Silva (2008), como uma pedra angular de quase todas as atividades pedagógicas dos professores. Porém muitos professores acreditam que a aprendizagem através dos exercícios se dá pela repetição e não desafiando os alunos em uma atividade assimiladora. Na fala do estudante da entrevista 06 não se pode concluir se ele se sente desafiado quando realiza “muito trabalho” ou é levado a concluir que repetindo os exercícios alcança o aprendizado, pode-se pensar que este estudante esteja sendo levado a uma atividade cognitiva pela resistência que o objeto do exercício se configura para ele. Nesta experiência ele pode interagir com os exercícios e pela teoria da equilibração de Piaget (1975) alimente seus esquemas prévios e que este novo desafio possa acomodar seus esquemas à estas resistências impostas pelo objeto/exercício. Ótimo parágrafo. Apenas cuidado para não fazer frases muito extensas.
O professor de Ciências da entrevista 06 infelizmente não consegue perceber outra forma de ensinar seu conteúdo que não seja pela transmissão oral e a falta de laboratório representa para este professor uma impossibilidade de qualquer atividade diferenciada. Aparenta que algumas vezes os alunos participam durante a aula expositiva, mas provavelmente o desafio a ser feito para que eles interajam com a possibilidade de um reflexionamento sobre os assuntos abordados não ocorre. O professor utiliza “muitos exercícios” provavelmente não baseados na ação do sujeito num processo trabalhoso de assimilação e de construção de um novo equilíbrio. O professor deve compreender que o exercício precisa ser interessante ao aluno para que seja significativo e representem para este sujeito a possibilidade de um desafio e que o leve a compreensão daquilo que é proposto com os esquemas que ele já dispõe.E pergunto-me: se houvesse o laboratório as coisas seriam diferentes?
A utilização do ensino escolar através de exercícios na maioria dos casos advém da crença por parte dos professores de que a aprendizagem ocorre pela repetição. É necessário que os professores em formação discutam o conceito de que exercícios essencialmente repetitivos não são capazes de proporcionar aos alunos a possibilidade de que eles testem as suas hipóteses, pois da forma que é usado o exercício somente cumpre um requisito burocrático da atividade escolar. Discutir com os licenciandos a possibilidade da utilização de exercícios baseados na dimensão do desafio, responsável por fornecer feedbacks às hipóteses dos alunos e por uma atividade assimiladora.
Ok Cristina,
Vamos ver se na aula debatemos essa ideia de feedback.
Abraços,
JA
A beleza de ser um eterno aprendiz...
Precisa trazer na sua prática a segurança e a sensação de prazer, de intervir com ações de solução. O estudo do meio, um dos principais recursos em Educação Ambiental, nos revela as potencialidades e fragilidades do ambiente, seja ele natural ou urbano, possibilitando captar informações sobre a sua dinâmica e as características peculiares que dão identidade a cada comunidade. É uma atividade que não encontramos nos livros. É perceber sensitivamente o espaço que queremos conhecer. E como desenvolvemos esses sentidos? É ver, olhar, cheirar, tatear, degustar, sentir e perceber o meio que nos cerca. É deixar fluir as sensações e pensar sobre o que essas percepções nos informam. É também refletir sobre como cada um pode contribuir para proporcionar um pouco mais de bem-estar para as pessoas e o lugar onde vive. O estudo do meio começa no momento em que a proposta de trabalho é elaborada e planejada; e não se esgota após sua execução, pois os resultados das visitas, saídas de campo, entrevistas e pesquisas podem ser sistematizados e avaliados, permitindo produção de conhecimentos por meio dessa vivência. São desafios. Deseja-se posicionamento, buscar na vida esse sentido, esse prazer funcional do exercício, que por si só é, faz ver e olhar.
O sujeito o faz pelo simples gozo de dominá-lo, dando uma exposição de sua competência.
Bacana Carla,
JA
Análise do trecho 10 - Camila Pinto
Sabe-se que as coordenações que os sujeitos elaboram permitem interpretar o problema e obter feedbacks de suas ações sobre os objetos. Todavia, as coordenações dos objetos colocam restrições às coordenações do sujeito. Segundo Silva (2008), Os exercícios aplicados, na prática de sala de aula indicam duas características distintas: podem manifestar-se como promotores de técnicas empiristas, quando colocados sob a forma de repetição para a memorização, ou podem se revelar como um recurso extremamente valioso quando colocam um problema, apresentam desafios e permitem a testagem de hipóteses do sujeito. Com isso, percebe-se que o professor utiliza o exercício na perspectiva da repetição, embora, algumas vezes, sem intencionalidade, ele se configure como uma possibilidade de ação do aluno. Quando o exercício é elaborado levando em conta uma dimensão de desafio, ele pode ser o responsável pelo fornecimento de feedbacks às hipóteses do sujeito, o que não ocorre quando se apresentam sempre conteúdos programáticos acabados e em sua forma final. Piaget (1936), acrescenta que, quanto mais complexo for o sistema de esquemas de assimilação maior será interesse pela novidade em geral: os novos eventos têm, com efeito, tanto mais possibilidades de excitar, pelo menos, um determinado esquema, quanto mais considerável for o conjunto de esquemas constituídos. Segundo Piaget (1977), as regulações ativas implicam escolhas, o que supõe uma consciência das possibilidades, podendo se desdobrar até à tomada de consciência das coordenações. Uma perturbação pode ser responsável pelo surgimento de uma regulação e quanto mais ativa esta for, mais apresentará compensação à perturbação que lhe deu origem. Quando um esquema, levando em conta sua dimensão de subtotalidade, apresenta uma lacuna, pode haver uma relação direta com os outros esquemas que compõem a totalidade maior. Estes apresentam uma “solidariedade”, podendo apoiar-se uns nos outros para a constituição de um quadro assimilador que vise a suprir as lacunas que se apresentam no conjunto. Todavia, a composição de um novo equilíbrio somente é possível quando o sujeito consegue significar o desafio que lhe é colocado. Acredita-se que as inferências são construídas levando se em conta as implicações que o sujeito formula sobre os índices de juízo que estabelece. A reunião dessas inferências elaboradas é capaz de formar uma explicação a respeito do problema, visto que esse sistema de conjunto constrói um modelo de significação da situação baseado nas implicações estabelecidas. Esses modelos de significação estão em dependência das organizações demandadas pelos objetos e das coordenações anteriores do sujeito.
Camila, traz para a aula a provocação do que é uma regulação automática e uma regulação ativa.
JA
Cláudia - trecho 6
Os exercícios são muito utilizados em sala de aula, é uma estratégia do professor na busca da aprendizagem do aluno. Entretanto, muitas vezes os professores pecam por utilizarem dessa prática pedagógica apenas para memorização do aluno e não como um método para chegar à aprendizagem. Utilizar os exercícios com o objetivo de criar um desafio ao aluno, fazendo com que o interesse dele desperte (desperte, quer dizer que lá já estava?) e ele tenha prazer ao resolvê-lo, é o grande segredo para o uso dessa prática. Porém como o próprio texto coloca não é todo o exercício ou atividade que permite essa experimentação de desafio. Será necessário que o professor elabore esses exercícios de tal forma que os alunos sintam-se desafiados e dispostos a completar a tarefa recebida, ou seja, o estudante quando recebe os exercícios passados pelo professor, tem que sentir-se desafiado, estimulado (qual a diferença entre estímulo e resposta?) a querer responde-los, pois só assim ele terá o sentimento de conquista assim que terminá-los. Citando o texto ele terá o sentimento de sucesso, passando a acreditar que controla os desafios.
Acredito que hoje essa prática não vem sendo utilizada nas escolas com o objetivo de explorar o potencial do aluno, mas sim simplesmente fazer com que este aluno memorize. Muitas vezes nos professores esquecemos de contextualizar os conteúdos, de utilizar os conhecimentos prévios que esses alunos trazem, simplesmente seguimos aquela lista de conteúdos programáticos, cumprindo todos os requisitos e aplicando listas de exercícios que muitas vezes não fazem sentindo nenhum para o nosso aluno, já para o mundo dele aquilo está longe da realidade.
Outro fator em relação aos exercícios é que eles estão muito presentes e enraizados em nossas vidas escolares, tanto para os professores como para os alunos, que na sua maioria acham que estão aprendendo se realizam vários exercícios de repetição. Essa idéia também faz parte dos discursos dos pais que muitas vezes vão a escola cobrar do professor os famosos questionários, a lista de exercício para que ele possa responder com o filho e depois tomar esses exercícios em casa.claríssimo esse parágrafo.
Esse assunto é muito pertinente para podermos iniciarmos uma discussão de que tipo de escola nos queremos, uma que nos ensine a memorizar a decorar ou aquela que nos ajude a pensar, a superar nossos desafios e limites.
Trecho 6: César Augusto
Aprendizagem é mudança de comportamento, não necessariamente imediata, mas a possibilidade de que as próximas ações sejam diferentes em função de um novo fenômeno experienciado. No qual mudar pensamentos e idéias também são mudanças no comportamento. <- ficam eio estranho começar uma frase com no qual A partir do momento que novas estruturas cognitivas foram formadas, conexões, sinapses ou um redirecionamento na rede, podemos dizer que houve um aprendizado. Quando um indivíduo entre em contato com um objeto, esse objeto pode transmitir ao sujeito uma vontade de explorá-lo, de conhecê-lo, de dominá-lo. Por qual razão um sujeito se interessa por determinado objeto e outros sujeitos não? Questões complexas que podem ter um fundo biológico, DNA, psicológico, sociológico ou até mesmo afetivo, mas a verdadeira razão que leva um indivíduo a querer explorar um objeto é única e exclusiva deste indivíduo. Desconsiderando os motivos que me fazem querer interagir com determinado objeto, a partir do momento que me proponho a interagir com este objeto o que pretendo? Dominá-lo. <- É essa "a" palavra. Domínio. Tanto que vou fazer tantas vezes até quantos forem necessárias para "subjulgar" o objeto. Sim, pretendo explorar o objeto para dominá-lo, para poder provar para meu ego que posso dominar aquela estrutura, aquele objeto, aquela figura. Quanto mais me aproprio do objeto, quanto mais exploro o objeto, tanto mais aumenta meu desejo em desvendar os mistérios do objeto, quero entender o objeto, quero dominá-lo, preciso satisfazer meu ego de dominação. PERFECT. Alguns exemplos de dominação de objetos podem ser claramente percebidos. Quando observamos crianças brincando com determinados brinquedos novos, percebemos que cada brinquedo tem um determinado tempo de duração, no sentido de excitar a criança a explorar o objeto, a partir do momento que a criança já explorou, o brinquedo, já dominou o brinquedo, já sabe como funciona, como abre e fecha, suas dimensões, a criança deixa este brinquedo de lado, para procurar outro objeto que a excite, que possa transmitir alguma excitação, no sentido de explorar algo novo. Percebemos também que muitos brinquedos velhos em algum momento voltam a cena, entretanto, voltam com alguma nova conotação, nova significação, os objetos dominados retornam para participar de alguma nova experiência no qual existe uma nova forma de excitação, um novo querer dominar. <-Poderia dizer então brinquedos velhos voltam a cena? Diria: velhos objetos voltam a cena como novos brinquedos. Esse desafio de dominação deve estar presente na sala de aula, deve estar presente nas práticas do professor. Proporcionar ao aluno, momentos de excitação com um objeto é um momento único capaz de gerar “quantidade e qualidade” em uma aprendizagem. A partir desta idéia podemos pensar na capacidade que a realidade virtual tem em proporcionar momentos de excitação nos indivíduos. A possibilidade de utilizar uma realidade que não é a mesma realidade que vivemos, fora do computador, possibilita a formação de uma nova rede cognitiva. A partir de 1980, alguns pesquisadores chamaram a geração que nasceu utilizando o controle remoto, o computador, os games e a internet de screenagers, pois apresentam estruturas diferenciadas de vivenciar o mundo. Sob esse ponto de vista consigo traçar dois aspectos importantes, um positivo, outro negativo. O primeiro aspecto é um aspecto intrínseco ao sujeito, nesse mundo globalizado, na era da internet e do computador, novas estruturas cognitivas são formadas, os indivíduos aprendem desde cedo a lidar com a tecnologia, ao mesmo tempo a tecnologia se torna parte da vida deste sujeitos. Portanto as práticas educativas para se tornarem excitantes devem proporcionar ao sujeitos momentos de interação com objetos que ele queira dominar, e acredito que esses objetos sejam as novas tecnologias. <- não só, mas também. O segundo aspecto esta intimamente relacionado com o segundo, para proporcionar uma prática educativa excitante, devo oferecer objetos de interesse, objetos que de alguma forma despertem a atenção do sujeito.E tu conseguirás construir alguns indicadores que permitam analisar os games? Não pretendo aqui dizer que apenas as tecnologias possuem esse caráter, mas quero chamar a atenção que existe uma probabilidade grande de que objetos tecnológicos possuam esse caráter. Portanto em muitos casos percebemos o desinteresse do aluno pela aula, o desinteresse do aluno pelo objeto, aquele objeto não é capaz de excitá-lo. Porque isso ocorre? Talvez pelo simples fato de que esse sujeito esteja acostumado a lidar com objetos mais excitantes em sua vida diária, desta forma, quando chega na escola e se depara com objetos que já foram explorados por ele, já foram dominados. Aonde esta a excitação, se já dominei o objeto que me é oferecido?
Lindo texto. Era essa força que esperava de ti.
JA